Notáveis Cataguasenses

Antonio Amaro Martins da Costa


Professor nascido na fazenda da Pedra Redonda, Ubá, em 28.05.1881. Um mestre em toda a amplitude da palavra, Antônio Amaro foi o grande diretor que fez a história do antigo ginásio e do Colégio de Cataguases. Morto em Cataguases em 16.02.1950.

 

Formação Acadêmica

Farmacêutico formado pela antiga Escola de Ouro Preto, Antônio Amaro nunca exerceu o ofício. Desde estudante, o acadêmico dedicava a maior parte de seu empo ao ensino – e já então o jovem professor se encontrava com sua real profissão, que faria dele um educador por excelência, daqueles que se leva pela vida afora. Em sua cidade natal, e por curto período de tempo, exerce o cargo de presidente da Câmara e Agente Executivo. Mas a política não o seduz: prefere a independência, que se conservará por toda a vida. Não raro, a ele acorriam pessoas ligadas às diversas correntes partidárias, em busca de conselhos.

 

Família

Casado com a cataguasense Carmen Santos, Amaro transfere-se para a cidade em janeiro de 1917, assumindo a direção do velho Gymnásio de Cataguazes, fundado por Manoel Ignácio Peixoto e pelo Coronel João Duarte.

Colégio de Cataguases

Em 1923 torna-se proprietário da escola., da qual jamais se afastará. Mesmo após sua venda à firma Peixoto & Cia, em 1943, ele continuará até sua morte como professor do estabelecimento, já então denominado Colégio de Cataguases.

 

Professor

Antônio Amaro lecionava matemática, física e química – e excepcionalmente inglês, língua que dominava com desembaraço. Sua curiosidade estendia-se à agronomia, à geografia, à astronomia. Na ausência de qualquer professor, assumia a sua disciplina com grande naturalidade. Possuía aquele falar fácil, pitoresco e cativante que prende o interesse do ouvinte. Do velho ginásio de seu tempo, saíram centenas de jovens com o preparo indispensável para o ingresso nos cursos superiores, muitos deles logo ocupando posição de relevo em diversos setores da sociedade.

 

Inauguração do novo prédio do Colégio de Cataguases

Em novembro de 1950, o jornal “O Estuante” publica discurso inédito escrito pelo mestre para a inauguração do novo prédio do Colégio, realizada no ano anterior. Por motivo de doença, Antônio Amaro não pôde dizer as palavras que preparou, coisas como: “transferindo-nos para cá em janeiro de 1917 jamais nos afastamos do velho Ginásio de Cataguases, o qual passou, em 1923, a nossa propriedade particular, por compra do edifício e terrenos. Confundiram-se nossas existências, uma vez que, com igualdade de ânimo, participávamos de seus dias de alegria e de adversidade, pois que, como sabeis, também as coisas tem sua vida como a dos homens: se lhes sobram às vezes, dias de sol, não lhes faltam, entretanto, dias de tristeza e amargura.”


Escultura “Pensador”

Em 28.05.1951, a diretoria do colégio, com a colaboração dos ex-alunos e amigos, prestou grande homenagem à memória de Antônio Amaro. Através da escultura “Pensador”, de Jan Zach, Cataguases imortalizou em bronze a figura do velho mestre.




Fonte e Foto: Trecho retirado do livro "Os 100 do século em Cataguases", Fundação Ormeo Junqueira Botelho, 2000.

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